Atualmente o templo de Shaolin é muito conhecido mundo afora, muitas são as histórias contadas de como os monges se desenvolveram enormemente nesta arte marcial, e hoje ele ficou mais famoso como centro de artes marciais do que de Budismo efetivamente, o qual foi seu propósito inicial.
No Instituto Feng Huang também ensinamos o estilo de Shaolin àqueles que estiverem interessados em praticar o tradicional sistema de mais de 1500 anos.
No Kung fu Shaolin existem variados taolus (套路), os quais são seqüências de defesas e ataques com o intuito de simular uma luta imaginária individualmente. As formas de mãos vazias mais conhecidas são as que imitam os movimentos de animais (Ex: serpente, louva-a-deus, dragão, tigre, macaco e etc..), mas vale lembrar que existem diversas formas que não necessariamente seguem esse padrão (Ex: Punho da flor de ameixa, 18 mãos de Arhat, Bêbado e etc…)
Existem também Taolus com armas, os quais têm seu foco no bastão. Porém também se abrangem a outras armas as quais são subdivididas em armas curtas (Ex: facão), armas longas (Ex: bastão), armas articuladas (Ex: corrente), armas gêmeas (Ex: rabo de peixe) e armas ocultas (Ex: punhal). Muitas das armas utilizadas no Kung Fu têm sua origem nos instrumentos de trabalho dos antigos camponeses ou em artefatos do cotidiano.
O Templo Shaolin
Em meados de 497d.c., O imperador Xiao Wen (471-500d.c.) ordenou que fosse construído o Templo Shaolin para o monge budista Theravada Batuo (Buddhabhadra). Inicialmente fora edificado com o intuito de divulgar e traduzir os mantras e sutras para o chinês, uma vez que o budismo surgira na Índia. Diz-se, mas sem provas, que já nessa época os monges praticavam exercícios como forma de obter saúde e para auto-defesa. O templo está localizado no sopé da montanha Songshan, entre as cidades de Zhengzhou e Luoyang, na província de Henan.
Certamente, a escola de Shaolin (originária do mosteiro budista de mesmo nome) é a mais famosa de kungfu da China, os dois primeiros monges marciais foram Huiguang e Sengchou e que se tornaram discípulos de Batuo. Uma figura, considerada muito importante para o alicerce do kungfu Shaolin é o grande mestre indiano Damo (Bodhidharma), o qual meditou por nove anos nas proximidades do templo de Shaolin e em meados de 540-570 dC transmitiu seus conhecimentos do budismo e outros métodos, como respirações e exercícios físicos advindos de estilos de combate indiano, auxiliando principalmente na saúde dos monges, uma vez que a rígida vida religiosa a qual eles estavam submetidos lhe fazia permaner sentados imóveis por longos períodos de tempo em estado de meditação, acarretando numa má forma corporal.
Durante toda sua história o templo passou por diversos acontecimentos edificadores como também por outros eventos catastróficos, isso por conta da constante alteração das políticas dinásticas chinesas. Shaolin enfrentou destruições e reconstruções por conta de guerras, mas todos os eventos superados contribuiram para o que Shalin é hoje. Um importante e talvez o mais antigo episódio ocorrido esta na Dinastia Tang (618-907), no qual defendeu-se o mosteiro de bandidos locais e ajudo-se o imperador entronado Li Shimin a derrotar o usurpador Wang Shichong na batalha de Hulao em 28 de Maio 621 d.C. O que inclui a famosa lenda dos 13 monges guerreiros do bastão. Outro fato que assola a história de Shaolin é o incêndio do mosteiro ocorrido em 1928, que foi significantemente prejudicial dado que um número elevados de monges foram mortos e que outros se esconderam em reclusão, resultando na pior degeneração das artes marciais de Shaolin da história.
O Budismo
O budismo mais do que uma religião é também um sistema ético e filosófico que se originou na região da Índia, por volta do século VI, pelo seu criador Sidarta Gautama (Buda). Ele é considerado pelos seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não um deus.
O relato da vida de Buda está cheia de fatos reais e lendas, as quais são difíceis de serem distinguidas historicamente entre si. A história mais aceita é de que o príncipe Sidarta nasceu na cidade de Lumbini, em um clã de nobres e viveu nas montanhas do Himalaia, entre Índia e Nepal. Seu pai era um regente e sua mãe, Maya, morreu quando este tinha uma semana de vida. Apesar de viver confinado dentro de um palácio, Sidarta se casou aos 16 anos com a princesa Yasodharma e teve um filho, o qual o chamou de Rahula.
Aos 29 anos de idade, ele teve quatro visões que transformaram sua vida. As três primeiras visões — o sofrimento devido ao envelhecimento, doenças e morte — mostraram-lhe a natureza inexorável da vida e as aflições universais da humanidade. A quarta visão, um eremita com um semblante sereno, revelou-lhe o meio de alcançar paz. Compreendendo a insignificância dos prazeres sensuais, ele deixou sua família e toda sua fortuna em busca de verdade e paz eterna.
Aos 35 anos de idade (aproximadamente 525 a.C.), sentado sob uma árvore Bodhi, ele experimentou extraordinária sabedoria, compreendendo a verdade suprema do universo e alcançando profunda visão dos caminhos da vida humana. Os budistas chamam essa compreensão de “iluminação”. A partir de então, ele passou a ser chamado de Buda Shakyamuni (Shakyamuni significa “Sábio do clã dos Shakya”). A palavra Buda pode ser traduzida como: “aquele que é plenamente desperto e iluminado”.
Os ensinamentos budistas têm como estrutura a idéia de que o ser humano está condenado a reencarnar infinitamente após a morte e passar sempre pelos sofrimentos do mundo material, até que finalmente alcancem a iluminação. Os ensinamentos básicos do budismo são: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última – o Nirvana (Pureza espiritual).
A base do budismo é a compreensão das Quatro Nobres Verdades, que foram compreendidas pelo Buda em sua iluminação. Para erradicar a ignorância, que é a fonte de todo o sofrimento, é necessário entender as Quatro Nobres Verdades, caminhar pelo Nobre Caminho Óctuplo e praticar as Seis Perfeições (Paramitas).